Ya Katule, um dos nomes mais antigos do Candomblé de Londrina, morre aos 96 anos

Um dos nomes mais antigos da comunidade candomblecista de Londrina, Maria Benedita Meneses - conhecida como Ya Katule - faleceu na manhã desta segunda-feira (10) aos 96 anos.

Katule se destacava por sua benevolência e sabedoria, sendo reconhecida por comunidades religiosas de diversas partes do estado.

O presidente das religiões de matriz africana de Londrina, Welisson Vieira De Aguiar Ogan, lamentou a morte da religiosa. "É um nome importante para a comunidade negra e, em especial, para as religiões de matrizes africanas. Era uma das mais velhas iniciadas de Candomblé de Londrina, extremamente respeitada e conhecida principalmente pela comunidade religiosa", disse.

De acordo com Leonardo Vieira, um seguidor próximo à Katule, ela não atendia em um ponto específico em Londrina, mas recebia convites de comunidades vizinhas para as celebrações religiosas.

"Ela não tinha barracão aberto. Ajudava todo mundo e nunca quis ter barracão aberto. Ela ajudava nas obrigações, fazia comida para os santos, auxiliava os filhos. Era muito dedicada ao sagrado", conta Vieira.

A comunidade Ilé Baru e Ya Edna de Baru, casa de Candomblé de Foz do Iguaçu, reforçou a relevância de Ya Katule em todo o Paraná com uma nota de pesar.

Nota de pesar

"Prestamos nosso profundo pesar e sinceras condolências aos familiares de Tia Katule de Omolu. Uma grande mulher com história e trajetória significativa dentro da religião. Desejamos que toda a paz que ela tinha aqui em vida continue com ela e a leve para o lugar mais bonito do Orun. Aos que ficam, nosso sincero abraço, junto da saudade e da certeza que agora mais uma ancestral cheia de força olha por nós".